UM DIA FOI ASSIM...

UM DIA FOI ASSIM...

Existiu um tempo bem diferente, acreditem... Telefone era objeto de herança, investimento, patrimônio... Tênis era de lona, com agarradeira, preto e tinha nome de Kichute... Jeans era Us Top, um único modelo e todos faziam seu estilo... Gel para cabelo era Lakê, todos usavam... Homens usavam tamancos brancos... Com fivelas douradas... Jogo de final de semana era Vareta, as pessoas passavam horas na volta de uma mesa... Coca Cola tinha apenas um litro, e dava para toda família... Camisa térmica era feita de cobertor... Com um faziam-se quatro... Moda era derramar clorofila nas calças jeans, se chamava nevada... Leite vinha em saquinho de plástico... Quase sempre derramava ao abrir... Preservativo só era vendido em farmácias... E se comprava escondido... Pager/bip era a única forma de comunicação à distância... Só com caracteres... Os programas de TV terminavam às dez da noite... Depois tudo ficava preto... Mandava-se carta... Desenhava-se corações nas mesmas... Cabines telefônicas eram comuns nas cidades... Nos telefones de orelhões era necessário colocar fichas... Se recarregava isqueiros... Tinham lojas apenas para esse serviço... Sala de bate papo era por telefone, discando 138... Suco era Q-SUCO... Era feito com pó, corante e água da torneira... Gravavam-se músicas em fitas K7, e já existia fita pirata... Balada era Discoteka, e Djei era Discotecário... Homens freqüentavam Barbearias e Mulheres Institutos... Fotos só revelando... E as maquinas usavam filmes... Sandália chique era Rider... Havaianas era chinelo de pobre... Relógio da moda era digital... De ponteiro era velharia... Cinema era acontecimento e não cultura... As quartas feiras se fazia serenata... O agradecimento era um sinal de luz na janela... Babyliss se fazia com rolos( Bobs), era uma trabalheira... Bebes usavam fraldas de panos... O varal ficava cheio... Absorvente se chamava Modess... O tamanho era único...   Um dia foi assim...   




Por Renato Jaguarão.’.